Esta foi a última tira de Calvin & Hobbes, magnífica série da infância de todos e que, para mim, ainda hoje me preenche os dias, em a relendo na contra-capa de jornais e nos livros por coleccionar. Escolhi-a para celebrar tristemente - passe o paradoxo -, como eles naquele 31 de Dezembro de 1995, a minha partida deste blogue. Não perpétua (ainda há a segunda parte de Prometeu-Lúcifer para partilhar!), mas efémera demasiado. Abandono agora a cibernia para a hibernação sem sonho dos exames nacionais, que me arrancam, violentamente, da minha humanidade. Vou-me tornar um pouco mais animal (por isso digo hibernar) e ser mais menos humano. A coisa pequena, a entrada no blogue, a pétala da margarida rosa, o meu pensamento proto-filosófico, a poesia-problema, a meditação divina do mundo, o desabafo constrangido, a memória querida de um fim-de-semana no campo, uma varanda amarela: isso, que me faz humano, renego hoje para me enterrar nesta bestialidade do sistema em que, involuntário, fui posto, passivamente. Perco tudo, tudo, para me centrar no estudo, muito aplicado!, de todo um saber que sei que vou esquecer daqui a uma dezena de anos, para não dizer por meados de Agosto. Que parvoíce! Há um rei e eu restrinjo-me a bobo - vou agora aplicar os guizos no chapéu. Adeus... e até voltarei, como não cantam os Madredeus.
baseado em factos
Há 49 minutos
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