"Não há palavras para descrever o ar matreiro do escritor português quando anunciou a María Kodama que lhe ia colocar duas questões "muito íntimas". [...] "Como é que Borges dizia que te queria?... Explica-nos, explica-nos!" [...] Kodama ria-se ao inicio e depois já estava às gargalhadas. "Que palavras utilizava para dizer que te queria...", continuava o autor português. [...] Maria e Jorge usavam vários nomes, a maior parte ligados à literatura. "Um desses nomes era tirado de um conto que ele me tinha dedicado em segredo e que se chama Ulrica. Quis gravá-lo no túmulo em Genebra e em lugar de María Kodama e de Borges coloquei o epitáfio 'De Ulrica a Javier Otárola', porque eram nomes muito especiais para nós. Ulrica vinha também um pouco da Elegia de Marienbad, de Goethe, que ele me recitava em alemão. Ulrike von Levetzow era o nome da jovem amante de Goethe e quando ele fazia amor com ela contava as sí la bas nas suas costas, acariciando-as com a mão. Bem, já está dito."
María Kodama, viúva de Borges, e José Saramago,
à conversa na Biblioteca Nacional, 20 de Junho de 2008.
ilustração: Borges, quando novo.
à conversa na Biblioteca Nacional, 20 de Junho de 2008.
ilustração: Borges, quando novo.
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