quarta-feira, agosto 27, 2008

Quoth the Raven §6: I Sound My Barbaric YAWP Over the Roofs of the World



"make this not just another poem that I write,
not! just! another! poem!

above all above all above all above all
like just another night that sits heavy ^ of us,
w a l k i-n-t-o> it, breathe it in
let it crash through the halls of your arms
like the millions of years of 1.000.000s of poets,
coursing like blood, pumping and pushing,
making you LIVE,shaking the dust shak i n g the dust."
Anis Mojgani, Shake The Dust

sexta-feira, agosto 22, 2008

Howl's Moving Heart* §1: Post|Postal

O meu olhar desce aos postais em minhas mãos achados. «Que farei eu com estes postais?». Seria bom, Pessoa, se fosse tão fácil erguê-los e fazer-se assim tudo como um henrique: não é. Eu sei para que os comprei: para mentir. Tudo suaria normal (e o suor cheira mal), uma demonstração de afecto enquadrada nos limites correctos da relação. A vantagem de ter tantas regras é que tudo aparece certo porque ninguém pode decorar a constituição inteira e os comentários do canotilho juntos. O que é que eu faço aos postais agora (até são bonitos claro que são bonitos eu esmerei a sua escolha como um bouquet de flores). Dei talvez coisa de um euro por cada um. Têm a criatura estampada com aqueles olhos de wall-e e a cabeça de um tubarão-martelo. mas é querida.
a hipálage é o recurso de estilo mais utilizado pelos amantes.
o que é que eu faço a isto? já não servem para aquilo que os comprei ou eu já não sirvo para a mentira que pensei. Ninguém daria por ela e era uma coisa menor: passar indistinto o que tivera, na realidade, um cuidado enorme por detrás (como aqueles souvenirs aborrecidíssimos, que nos custam uma fortuna mas a gente vai a oferecê-los e as pessoas recebem tudo com um sorriso e agradecem muito o terem-se lembrado de mim foram tão queridos obrigado mas remomoram por dentro porcaria: isto nem dois chavos vale) - há souvenirs assim -. Um gesto entre duas pessoas são sempre dois gestos. Ninguém vê a mesma coisa (os olhos são outros). É possível esconder muitos significados sob um gesto como camadas de lama sobre a pele (os ogres são como as cebolas, burro). Deixa estar. O que é que eu faço a esta porcaria de postais?
Já não são para ninguém.
Eu já não sou para ninguém também.
Vou ficar com eles: pode ser que nos demos bem.

O mais engraçado, é que para não mentir, a mentira ainda vai ser maior. Que imundície.

*Howl's Moving Heart é uma nova categoria interna do blogue que reúne desabafos explicitamente herméticos, com o objectivo declarado de o seu sujeito não ser, de todo, entendido pelo leitor. Existem porque têm de existir, porque a pressão do momento o declarou. São, na Varanda, novo objecto: um espelho, cujas costas opacas estão voltadas para os transeuntes e o lado espelhado para mim, num egoísmo de propósito. Porque nunca se deve confiar num espírito romântico, é possível que um dia chicoteie o espelho para o partir e os cacos chovam para a rua, com o sol a poli-los de luz pelo caminho. Depois não há aqui nada. O nome da secção é roubado alterado a Miyazaki. Howl, escondo-me aqui no meu túnel, sozinho, negro: Sophie partiu.

quarta-feira, agosto 20, 2008

Moleskines §12: Guess Who's Back, Back Again, Shady's Back

1.
e o sexo feminino:
O filme continua em pré-produção, com estreia prevista para 2009 (apontado a Cannes?). Charlotte Gainsbourg, que já era bela n' A Ciência dos Sonhos de Gondry, é a mulher escolhida para sofrer. O cinema de Trier habitava a tempos os espaços do terror: agora arrisca-os inteiros. Entrementes, continuamos lusitanos à espera da estreia local de The Boss of It All (2006).

2.
"A companion book created in conjunction with Neil Gaiman was also mentioned, but very few details have come out since. Roadrunner Records has since confirmed that the book will be a book of photography. Photographer Kyle Cassidy confirmed on June 30 that the book would be written by Neil, with Kyle laying out, designing and supplying photography for the book."
out: 16/09/2008
(escutar aqui)
e eu vou estar .