
Descendo a Whiteladies (a Ferreira Borges), rua longa e alta (é a subir um monte), uma olívia palito (um pouco como a Diagonal barcelonense), pouco depois dos estúdios da BBC Bristol, sob uma árvore, na calçada, junto à estrada como quem espera para atravessar, um sapatito gótico de salto alto, que uma cinderela qualquer abandonara ali. Parei e fiquei na contemplação do objecto. Borges apareceu a um canto a sussurrar que era um objecto de tlön, mas não me convenci e achei que devia simplesmente ter caído pelo poço de andalasia (a questão era saber como de nova iorque tinha vindo parar ali). A magia infiltra-se no real como o novo skip entre as suas roupas (neste ponto do texto passa uma animação 3d muito rasca a mostrar umas bolitas ridículas ou um líquido viscoso a penetrar espaços vazios entre os fios dos tecidos). Na aula de grego, o professor, para explicar os pronomes relativos, escreve: "She ate the dog that we loved". Gastei o resto da aula a tentar não me rir. O absurdo é uma invenção do século xx e o grego clássico se calhar também (não, espera: o Poe tem uma epígrafe num dos contos dele em grego - fim da teoria. rip & lol).
*o título do post não é um erro: é assim mesmo, um miacoutismo.
*
[amanhã: post inteiramente dedicado a finanças, daí a omissão aqui da contabilidade diária]
*o título do post não é um erro: é assim mesmo, um miacoutismo.
*
/foto: BBC Bristol, Whiteladies Road/
1 comentário:
E que rico pecado...!*
Enviar um comentário